Planejamento começa com avaliação do que foi feito

Não se começa um bom planejamento, sem uma avaliação do plano anterior.

Não demonizo o time que terminou o campeonato e acho até fundamental mantê-l0 caso se pense em passar da 1ª fase da libertadores-2011, que está muito difícil. Bota difícil nisso.

Planejamento, que no fundo vem no pacote “treinador”, começa com as contratações indicadas por ele. E mais embaixo vem o sistema tático do “pacote”. Antes de treinar Grêmio e Corinthians, Mano tinha feito estágio com Arsène Wenger no Arsenal, daí que naturalmente seu sistema tático era mais rígido, moderno e dependente de um camisa 10.

Em 2008, o sucesso das contratações da parceria Corinthians/Mano/Empresários foi espetacular: Alessandro, Chicão, Willian, André Santos, Cristian, Elias e Douglas. Os que deram errado foram afastados. Ao final de 2008, ainda vieram: JH, R9 e o mal amado Souza. Esse último eu sabia que não daria certo, mas houve tal exagero por parte do torcedor, que acabou-se afastando alguém que poderia ter feito a diferença nos empates da era Tite (que não gosta de centroavantão). Em tempo: teve ainda, na cota do Mano, o Jucilei.

No meio de 2009 pintou o 1º grande erro do planejamento corinthiano: vender o Douglas por merréis… No desespero, Timão investiu em um monte de tranqueiras para tentar resolver o problema, mas trouxe um jogador de muito potencial: DF (que sem jogar, conseguiu entrar na lista dos mal-amados).

Ao final de 2009, mirando nossa acachapante inexperiência em Libertadores e a douglas-dependência,  Timão/Mano/Empresários investiram em boas contratações. E esse “boas” foi o pensamento médio de todos nós: Tcheco (líder em assistências do bra-09), Ralf, Danilo, Iarlei e RC. Danilo era incógnita, pois era reserva no Japão e Iarlei eu nunca engoli. Ah, teve o Moacir também. Ah, e teve dispensas bestas como a do Moradei, que fez falta quando o Ralf se machucou.

Aí apareceu o 2º grande erro de planejamento: transformar o centenário em Libertadores, um torneio de altíssima variança. Aquela renca de experientes se deram, à exceção do RC (e, vá lá, Ralf), de mal a pior. Tcheco ainda terá a desculpa de que estava contundido no jogo contra o Flamengo (jogo decidido pela nossa falta de armador em campo e no banco), mas a verdade é que ele não empolgou o corinthiano como empolgara o gremista. Não considero um erro de planejamento ter acreditado no R9, pois em 2009 ele voou. Era de se esperar um 2010 até melhor. Culpa do Dunga ou não, a verdade é que, desmotivado, ele deu o passe para o 2º gol do Fla no RJ.

Na seqüencia, acerto em manter o elenco e na contratação do BC. O problema foi a perda (esperada ou não) do Mano. Aí veio o 3º grande erro: Adilson, que até tinha boas credenciais, mas foi uma lástima do 1º ao último jogo — fora a babação de ovo da imprensa que adiou a demissão mais do que necessária.

Passada a gestão Gobbi, a gente tem de dizer que o maior FRACASSO dessa gestão está na formação de jogadores. Talvez o erro zero. Corinthians não revela mais ninguém e quando revela ou o cara tem rolo com empresários (Fágner, dizem do Willian etc.) ou não segura a bucha quando sobe (Boquita, Dodô etc.). Não entra na minha cabeça que a base não formou, em 3 anos, 1 Ralf ou 1 mísero Moacir.

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Existiram erros menores: como não colocar o Bobadilha para jogar, pois ninguém tem a mínima idéia se o cara é bom mesmo e agora precisamos testá-lo para ontem.

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Quem dará as cartas agora é Tite/Empresários/Corinthians. Existem as posições óbvias como goleiro, zagueiro pela esquerda e lateral direito, mas a direção será dada pelo Comandante.

E como pensa Tite? Historicamente, seus times têm 1 volante fixo de pegada, manjadíssimo à frente dos zagueiros, como o Ralf, Marcelo Mattos, Sandro etc. — ao contrário de Mano, que prefere 2 volantes: 1 mais fixo e outro que sai para o jogo. A obsessão por times marcadores — não necessariamente no pressing, como eu defendo — faz com que seus times tenham dificuldades na construção de jogadas, pois sempre estão com poucos jogadores no ataque. Ele compensa isso com atacantes de velocidade.

Como um paralelo ofensivo, enquanto Mano estava na mão do Douglas, Tite estava na mão do Nilmar e do Taison.

Podemos pressupor, portanto, que Tite deve indicar mais 1 volante no padrão Ralf e 2 atacantes rápidos, além, óbvio, do goleiro e do zagueiro.

“Temos uma tática definida, volantes em uma linha de três, losango se for necessário. Sem o Elias ficamos com a possibilidade do primeiro caso reduzida, mas a maneira é muito clara, não é preciso fazer diferente”, destaca Tite.

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Eu não iria nessa linha do Tite. Timão precisa recompor seu meio de campo e de centroavante.