Timão 2 x 1 Oeste, titeanamente.

Reparou que arranjamos novo patrocínio na camisa?

Timão entrou no seu 4-2-3-1 e Oeste optou por jogar espelhado. Melhor, exageradamente espelhado, a ponto de realizar uma autêntica e suicida marcação homem-a-homem o campo todo. É aceitável alguma marcação individualizada em jogadores importantes, mas marcar individualmente todo um time é maluquice. Não demorou muito e uma triangulação rápida já criou o Liédson 1×0, no tipo de gol que esse boteco gosta: de jogada construída.

No início, meias extremos bem nas pontas, forçaram a defesa adversária a abrir.

Ficou claro que Timão deveria explorar o ridículo miolo de zaga adversário, empurrando os laterais e jogando Dente/JH para a diagonal. Era o caminho da goleada. Tite, dentro dos seus conceitos, recua o time todo, como recua desde que chegou nessas bandas ao final do ano passado.

Contra um time fraco como o Oeste, o jogo fica invariavelmente chato e gol só sai por um autêntico gol contra, como foi o do Julio Cesar: 1×1, aos 45 min. Julio é jogador do terrão, tem o mérito das grandes defesas nos clássicos e não é um frangueiro, mas tem o dom de falhar em todo jogo decisivo (mesmo dando o desconto da quicada cafajeste da bola quando ela estava quase na mão dele).

Voltamos para o 2º tempo superiores, mas nervosos. Criando pouco, pois Bruno tem muita dificuldade em jogar isolado.

Dentinho teve caganeira e deu lugar ao Willian — quando o certo era entrar com algum meia para ajudar na criação. Willian é centroavante, mas Tite tem escalado como meia-extremo, o que é um erro mastodôntico. O rapaz não é bobo e cai para o meio forçando Liédson a sair da área. Surpreendentemente, para alguém que até então jogava medrosamente e perdera gol ridículo dentro da área,  aos 20 minutos, ele faz um golaço: Willian 2×1.

Jornalistas, em protesto contra as críticas do blogue, ficam na frente do herói da partida no momento da comemoração.

Com o gol, Oeste empurrou o Roger para cima do Fábio Santos, mas novo recuo corinthiano não deu muito espaço para a criação isolada do camisa 10. E assim, no Sábado, Corinthians foi o único time grande a se classificar para a semi.

A “emoção” ficou restrita, em minha opinião e falo sério, à boa idéia do regulamento de não dar a vantagem do empate a melhor equipe da fase classificatória (espero que mantenham essa idéia nas próximas edições do campeonato, mesmo com o choro da imprensa). E vejam que os juízes atrás dos gols também fizeram até o Sávio apitar razoavelmente (não reparei no tal lance da cotovelada do BC).

Willian é o cara que sai de campo nos ombros da torcida. Resolveu o jogo num belo drible e numa bomba não muito inteligente, e que seria muito criticada por um técnico de futebol que eu tive: “se der chutão na cara do goleiro, eu tiro na hora!”.  Mas funcionou. Sem ele em campo, possivelmente iríamos para os penais.

…

Tite erra feio às vezes, como errou quando não escalou armadores para o jogo contra o Tolima. Contudo, certas coisas no mundo titeano não podem ser categorizadas como “erro”, mas sim como “estilo Tite de ver o mundo”. A forma como o Corinthians vem jogando é a forma conceitual que Tite entende que devemos jogar. É assim que jogaremos o brasileiro até que ele provavelmente caia entre a 6ª e 10ª rodada.

Pode não cair? Minha dúvida é se é possível deixar um bom time jogar tão próximo ao nosso gol, mesmo em um dia em que o JC não falhe. É um sistema que flerta com o empate, sem dúvida.