Vovô 0x1 Timão, não vejo ninguém na minha frente (Faltam 3!)

Como previsto, Tite pôs o time para empatar.

Entramos num 4-3-2-1 árvore de natal, em que um dos meias – no caso Danilo – recuou para formar um linha de 3 volantes protegendo a entrada da área. Corinthians errava, portanto, como em todos os jogos em que deu terreno para equipes mais fracas começarem as jogadas dentro do seu próprio campo.

Levamos exatos 25 minutos para perceber que tanta proteção era inútil, pois o Ceará não adiantava seus laterais e o apoio vindo do meio, quando vinha, era trôpego. A república de volantes do Ceará foi uma aula de como não se escala um meio de campo e imagino que isso todo mundo viu: 5 jogadores sem a menor capacidade de criação, fazendo aquele toquinho de lado, típico dos camisas 5. Uma corridinha para o lado, uma reboladinha e um toquinho para o outro camisa 5. Isso se repetia, repetia, repetia e nada da bola chegar nos caras da frente.

Quando a bola eventualmente chegava, era muita empolgação e pouca objetividade, tudo mimetizado em Osvaldo: um jogador que joga futebol de campo com a cabeça baixa e, por isso mesmo, nunca adivinha para onde foi o gol (muito menos onde estão os companheiros de ataque).

Foi um 1º tempo bem ruim, em que as melhores jogadas adversárias foram criadas pelo nosso miolo de zaga, reforçado ainda por FS naquelas noites.

Começa o 2º tempo sem Liédson e com Morais. A crítica à entrada do Morais é muito fácil (e vai ficar mais fácil ainda quando redescobrimos que “tem o Peruano” no banco), mas existe outro erro crasso, ginasial nessa substituição. Ora, se Liédson não tinha condições de jogar 90 (aparentemente, nem 45) então o correto seria preservá-lo para o 2º tempo (ou para Domingo), quando a defesa adversária está mais cansada.

Voltando ao jogo, Danilo absolutamente acabado foi para a 9, numa idiotice para tentar ganhar algum gás (e o Time que se ferre, né Tite?) e Morais foi jogar pela esquerda, como JH faria.

O mais importante foi que Timão finalmente entendeu o jogo de volantes e antecipou a marcação para cima dos camisas 5, acabando com o Ceará, pois a bola não chegava de jeito maneira: ficava ali entre uma reboladinha e um toquinho.

Com Willian-Emérson-Danilo sem condições de jogo (e, honestamente, nossos zagueiros também) éramos um time de vermes rastejantes em busca do empate tão querido.

Aos 30, Tite finalmente coloca o Peruano no lugar do Danilo, que entra como eu , você, o Papa entraria: correndo, no pique do Edenilson, querendo jogo e reclamando “por que vocês não gostam de jogar bola no Brasil?”. Numa dessas, Ralf põe ele para correr e como um Sendero Luminoso ele cala a mediocridade pela ponta esquerda: 0x1, um golaço! Merecido prêmio para o cara que pensava como a gente, que a vitória era possível, nada mais do que uma questão de lutar por ela.

Aos 40, o desespero de sempre, com a entrada precipitada do Wallace no lugar do Willian, coisa que já estamos nos acostumando.

Uma vitória improvável, que nasceu da loucura, da desobediência ao comando medroso. Nosso amigo do Peru agora será mais do que fundamental: notem que não temos mais time para escalar Domingo…

Em tempo:

Copo meio cheio: para quem não sabe, campeão brasileiro (tirando 2009) precisa de 73 pts ou 64% de aproveitamento (em 2010 foram 71 pts). Faltam só 9 pts (3 pts/jogo – se vencer as últimas 4, leva OU se vencer 2 e empatar 1, também leva por ficar com 1 vitória a mais que o 2º colocado).