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Uma proposta real para democratizar o Corinthians.

01/10/2012

Por Paulo

Rafhael e Emboava, há algum tempo venho defendendo a abertura do voto para a Nação Corinthiana, como uma medida de vanguarda democrática que se anteciparia a uma contingência futura que vejo simplesmente como inevitável, a longo prazo, nos grandes clubes de futebol brasileiros.

De fato, a par da constatação de que todos esses “clubes-nação”, no Brasil, hoje, pecam por absoluta falta de representatividade de seus eleitos e indicados para cargos diretivos, tanto para a presidência como para os demais cargos de diretoria, e terão, portanto, em algum momento, que rever essas eleições “indiretas e biônicas”, se quiserem realmente evoluir e contemplar com justiça os principais “clientes” da marca, para usar palavra do jargão econômico e do marketing, há que se considerar também o fator pressão por participação efetiva que, com a escolarização progressiva dos torcedores, far-se-á sentir de forma crescente ao longo dos anos.

O Corinthians, por exemplo, apenas para nos cingirmos ao maior de todos, tem estimados 30 milhões de torcedores, que representam em importância – e aqui considero não apenas faturamento –  uma fatia imensuravelmente maior do que aquela que representam – ou poderiam representar – alguns poucos milhares de associados que, ademais, nem precisam ser corinthianos.

Se a atual forma de organização jurídico-administrativa era a única que se vislumbrava até hoje para uma entidade clubística, é preciso considerar que a extensão do nome Corinthians para muito além dos limites paroquiais do PSJ, transformando-o numa das maiores instituições da sociedade brasileira, está a exigir uma nova configuração associativa, mais plural e representativa dos interesses dessa massa, e, portanto, mais legítima (talvez nem seja necessária, a rigor, uma alteração na legislação brasileira, já que, dentro da noção de entidade associativa existente, nada mais faríamos que algumas mudanças estatutárias que incorporariam sócios e direitos). Se se teme, num primeiro momento, um processo de abertura tão amplo para o torcedor corinthiano – assim caracterizado e devidamente credenciado, naturalmente -, que se comece então com os inscritos no programa sócio-torcedor, numa primeira etapa, e que marchemos para horizontes mais amplos, no futuro.

Mas que esse novo tempo chegue logo, porque em todos esses anos o que temos visto é um Clube refém de grupos que se revezam no poder do Clube sem nenhuma transparência e, de ordinário, completamente alheios à idéia de prestação de contas e de satisfações aos torcedores que as urnas, por si só e de uma penada, imporiam aos candidatos e eleitos.

Sei que esses grupos, tanto da situação quando da oposição, encastelados no Clube, oporiam forte resistência à idéia, mas como os estatutos atuais já contemplam abertura para os sócios-torcedores, cumpre-nos apoiar a idéia da abertura ampla, total e irrestrita, afinal, não foi assim também com a extensão do voto, nas democracias liberais, aos pobres, mulheres e analfabetos? Não vejo porque deveríamos nos contentar com menos.

É como penso.

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  1. 01/11/2012 17:19

    A proposta é boa e apoio. Cabe lembrar, porém, que mesmo o voto direto para presidente para os sócios do clube só foi aprovado no Corinthians com o noivo estatuto, de 2008, se bem me lembro. Aposto em mais uns bons anos antes do ambiente político favorecer uma abertura maior…

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