Corinthians 1×1 Santos, tempo de despertar.

Preâmbulo: informo à rede mundial de computadores que meus dias de jogos madrugadores estão com os dias contados. Levo meu pé quente para a final, mas daí em diante, never more. A Globo poderia ter um mínimo de compaixão com o torcedor. (Quero ver encher o Itaquerão com Corinthians e Oeste às 22 hs…).

Corinthians continuou o jogo do 2º tempo na Vila, o que significa um recuo de 10 metros para dentro do nosso próprio campo. É claro que essa era uma opção e é claro também que, depois do que aconteceu no 1º tempo, muitos afirmarão que: “Tite errou na estratégia do 1º tempo”.

Confesso que eu não consigo fazer essa afirmação com 70% de certeza.

Os times que investiram na ideia de congestionamento das linhas de marcadores, ou vinham de um placar mais seguro (Inter de Milão com o Mourinho) ou fizeram gols isolados pelo alto poder de decisão individual de seus jogadores (Chelsea com Drogba, Ramirez e o espanhol que o povo acha grosso). No nosso caso não tínhamos nem A, nem B. Então, podemos concluir que Tite errou? Acredito que a maioria deve pensar assim, mas, sou muito sincero: eu não consigo censurá-lo por essa decisão e não sei se eu também não arriscaria tudo no congestionamento por mais 90 minutos.

Tomada a decisão, aí sim vem o jogo… O primeiro problema foi Willian sentir a responsabilidade (logo Tite, o técnico “olho-no-olho”, não viu isso na concentração). O segundo foi o excesso de nervosismo provocando faltas desnecessárias próximas a área.

Santos entrou num 4-2-2-2 em que os laterais avançavam bastante (sem qualidade alguma, diga-se) e o volante de marcação recuava tanto que o sistema flertava com um 3-5-2. Quanto à DECISÃO GANSO, cantei e estava certo: foi uma burrada. Mão na cintura, passeando em campo, coitada da seleção brasileira. Neymar saiu da ponta e veio para o meio, algo que eu não acho muito produtivo. Sem jogar bem mas podendo avançar sem problemas no campo de jogo, adversário fez 0x1 numa boa trama pela ponta direita (nosso lado mais fraco).

Àquele momento, ficou claro que, mantida a estratégia, a chance do 0x2 era muito maior que a do 1×1 e algo precisaria ser feito. Tite despertou para a razão e saiu do 4-6-0: voltou ao 4-2-3-1 com Danilo na esquerda e Willian como centroavante e adiantou a marcação. Rapidamente ganhamos o meio de campo e o jogo, que era sofrível tecnicamente, melhorou sobremaneira.

Começa o 2º tempo com Tite surpreendentemente trocando Willian pela obviedade Liédson, uma boa desesperabilidade do gaúcho. Bastou 2 minutos de ataque pela esquerda (como sugeri no pré-jogo), para Liédson cavar a falta que Alex, um dos melhores em campo, bateu com maestria: Danilo Homem de Gelo 1×1.

Feito o resultado, o default de Tite seria recuar ao sistema do 1º tempo, contudo, não foi o que vimos. Timão sustentou por praticamente o 2º tempo inteiro a marcação alta sem que isso abrisse espaços perigosos para Neymar lá atrás (à exceção foi manter JH com 2º lateral direito).

Mesmo com suas reconhecidas deficiências ofensivas, ficou claro que Timão não precisava jogar tão recuado no 1º tempo, pois o meio santista com Ganso (ou seria “sem” Ganso?) era muito fácil de ser controlado e a opção de Muricy por Neymar centralizado coloca o cabeça de galo para bater contra nossos melhores jogadores: Chicão, LC, Paulinho e Ralf. Muricy ainda tentou o Muricybol com bolas longas, mas isso só facilitou nossa vida.

Mesmo sem ataque forte, fomos bem superiores o 2º tempo inteiro.

…

Chegamos à final por conta de grandes atuações do miolo de zaga ao longo de toda a campanha e por Tite sair do padrão no seu usual momento de desespero. Errado ele estava ao não escalar Liedson, mas as coisas sempre dão certo no final para nosso burro com sorte!

Agora eu quero ver a diretoria corinthiana agir, adiar meia dúzia de jogos do bra-12 e garantir que essa palhaçada de juiz fraco em casa e forte fora não seja mais utilizada contra nós.