Corinthians 1×0 Cruzeiro, #vaidartime!

Corinthians e Cruzeiro fizeram um jogo muito bom ontem no Canindé! Do nosso lado, acho que não jogamos tanta bola assim desde aquele jogo… Hum… Talvez o 2º jogo da Recopa?

Ademais, favorece muito gostar de uma partida quando os dois times são taticamente bem arranjados.

O time apresentou mais do que uma evolução, apresentou um futebol coletivo bastante consciente e que superou as espasmódicas falhas técnicas individuais. Sobre as tais falhas, elas são sempre um pouco maiores no Canindé: uma boate escura, com um gramado esburacado que chacoalha a bola na hora da batida.

Cruzeiro entrou no seu 4-2-3-1 com Borges centralizado à frente e com o nosso velho Willian como extremo pela esquerda. Corinthians era um 4-2-2-2 com a bola, por conta da movimentação do Romarinho e algo próximo de um 4-1-4-1, quando sem a bola. É importante notar que Mano resolveu no sistema o problema das avenidas laterais ao manter Petros de um lado e orientando Romarinho a recompor sem a bola o outro lado. Ofensivamente e talvez por conta do período das Trevas que passamos em 2013, entendo que a solução chega ao nível do genial: fazer Guerreiro partir em diagonal, não só tornou o peruano mais participativo (e efetivo!), como gera uma bela confusão no sistema de marcação, notável pelo tanto de bola que ele recebe livre e já próximo da grande área.

Foi um 1º tempo muito bom, 10/15 minutos de domínio corinthiano, 20 do adversário e mais 10 nosso de novo. Um jogo bem equilibrado mesmo, com os goleiros ORGULHANDO seus torcedores. O único problema era um bandeirinha MÍOPE que não acertava um mísero impedimento.

Quanto à troca de domínio do jogo, o futebol atual parece às vezes que não disputa exatamente o domínio do jogo, mas o concede para explorar possíveis falhas na estratégia adversária. Chelsea exagera isso. Real Madrid faz isso. Cruzeiro e Corinthians fazem isso.

Essa primeira metade do jogo serviu também para ILUMINAR OS AINDA NÃO ILUMINADOS sobre o fato do Cruzeiro ser um BAITA time, campeão virtual do bra-14. Toca bem a bola, não se perde no posicionamento e quando chega é sempre com muito perigo (mesmo que tenhamos “chegado mais”, o nível de periculosidade deles foi maior).

Do nosso lado, evoluímos na rapidez na saída de bola, com Bruno fazendo sua melhor partida no time – ele e Petros merecem o Motorola e o Videocassete.

O 2º tempo deixou claro que Cruzeiro concedeu o domínio por opção e o Corinthians esqueceu de fazer a cortesia. De fato, até mostramos algum pressing no campo adversário o que me fez formular uma hipótese: Corinthians estaria atleticamente melhor preparado do que seus adversários?

O jogo continuou bom e criamos muitas oportunidades, perdidas por culpa de erros técnicos buracos no gramado. Mesmo que eu desconfie que alguns lances seriam assim até no Tapete de Itaquera, o pinga-pinga imprevisível da bola na hora do arremate complicava um pouco.

Guerrero achou o 1×0 num gol que será aqui denominado “Todo esplendor da estrela do Felipão”, mas eu culpo a escuridão da Arena Portuguesa.

Vencemos uma equipe superior a nossa com muita inteligência e organização tática. O coletivo suplantou eventuais falhas técnicas individuais. Mesmo assim, é esperado que a equipe ainda oscile no campo da confiança, pois fomos invadidos há poucos meses(*).

A questão da roda do CACHAÇA é: encaixou o time?

(*) Aí você fica sabendo que TOs dispararam covardemente rojões (de fora do estádio) para o local reservado à torcida do Cruzeiro. Que ótimo! Todo mundo preocupadíssimo com a questão da arrecadação para se pagar o Itaquerão e esses imbecis ainda podem nos causar a perda de 1 ou 2 mandos de jogos 3 a 6 milhões de reais.

Em tempo:

Copo meio cheio: para quem não sabe, campeão brasileiro (tirando 2009) precisa de 73 pts ou 64% de aproveitamento (em 2010 foram 71 pts). Faltam só 60 pontos.