Chorolados 1 x 2 Timão, quando o passe é mais importante que o Gol.

No Beira-Rio, voltamos ao vitorioso 4-2-3-1 com Dente começando pela esquerda e JH pela direita.

Quero ouvir na entrevista do Mano, o porquê da volta ao sistema, quando tínhamos nos dado bem no 3-5-2 contra o Atlético.

O interessante é que reproduzimos a tática do abafa, tão comum quando jogávamos fora pela Copa do Brasil. Numa dessas, aos 10′, Dente cavou uma falta no ataque pela esquerda. Na batida, a bola bate-rebate-bate-chuta-gospe e saí um gol “aqui é Corinthians!” 0 x 1 Timão!

Aos 20’, numa bola já nas mãos do nosso goleiro, o Alecssandro “não consegue” desviar e acerta feio o Rafael Santos. Sinto muito Globo e juiz. Pode mostrar em câmera lenta quantas vezes quiser: o atacante do Inter foi maldoso. Ele sabia que jamais chegaria na bola. Nesse lance, pelo close da TV,  eu percebo quem é o juiz.

Pouco a pouco, fomos percebendo que o Inter jogava no mesmo sistema 4-3-1-2 da CB, com uma grande diferença: o ataque Bolaños-Alecs não tinha qualidade para cair pelas pontas ou entrar em diagonal, como faziam Tyson e Nilmar. Assim, vimos um Inter “afunilado” no ataque – erro infantil do Tite, afinal era sabido que jogaríamos com improvisações nas laterais.

Sem qualidade pelas laterais, o Inter jogava no chuveirinho. Num desses, aos 35’, eles empatam.

Acho terrível tomar gol de chuveirinho: (1) É fácil para o lateral impedir o cruzamento e (2) O zagueiro cabeceia de frente, em vantagem em relação ao atacante.

Do nosso lado, jogávamos sem penetração no ataque e com dois jogadores muito decididos: Dente decidido a não passar a bola para o Henrique (como fizera com o Bill) e Morais decidido a não relar na bola.

Havia esforço do Elias na armação, mas entre o passe de penetração ou o chute de longa distância, a preferência era sempre tentar acertar o placar eletrônico.

Aos 19’, Mano tirou o coitado do Marcinho-quebra-galho e estreou o Paulo André.

Nesse momento, mudamos para o 3-5-2.

Em dois minutos, duas boas jogadas de ataque, mas que terminaram (mais uma vez) em chutes precipitados. Espaços eram ocupados e defesa ficava protegida. Equilíbrio.

O curioso desse 3-5-2 é que, talvez aproveitando o jogo afunilado do Inter, Mano colocou o Dente de ala. Mas, às vezes era o Elias… Confuso, hein? Tínhamos 3 na defesa, dali em diante, pela TV, não deu para entender nada. Era um 3-5-2 ou um 3-6-1? Pela (minha?) TV estava difícil até de saber quem estava com a bola.

Aos 40’, entra Jadson – aquele do gol na final da Copinha – no lugar do Morais “ando meio desligado”.

Aos 42’, Elias rouba uma bola recebe um presente de um dos péssimos laterais do Inter e, numa surpreendente troca de bons passes no ataque, Elias dá um toque magistral e consciente para o Dente (ou Jadson? Era só a minha TV?) que recebe na área e cruza a sua primeira bola no jogo…

Gol de JH. Gol merecido. Gol para o Dente entender que o passe é mais importante que o gol. Primeira jogada sem precipitação do ataque.

1 x 2 Timão!

Podemos dizer que “jogamos bem”? humm…

Evoluímos? Com certeza. Tivemos a determinação cobrada pelo Claudio? Com certeza.

A verdade é que, quando tem luta, é muito mais gostoso torcer e a gente não se irrita à toa. A gente se irrita só com o juiz… 🙂 e com o Cléber Machado…

Com um pouco mais de treino tático e de ataque, esse time segura as pontas até que apareçam as contratações ou desabrochem os jogadores da base.

Podemos re-concluir algumas coisas:

• Enquanto não tivermos bons laterais e bons volantes de contenção, o melhor é o 3-5-2. Mano errou ao começar no 4-2-3-1. Quando voltou ao 3-5-2, diminuíram os problemas técnicos e o time dominou o Inter;
• Marquinhos não pode jogar de lateral esquerdo. Isso é queimar o rapaz. Consciência, nação!
• Contratar jogadores é mesmo uma roleta:  Moraes, o mutante, é o Souza do segundo semestre;
• Desculpaí Thiago :), mas o Inter não tem futebol para ser o primeiro colocado do turno;
• Era o jogo do Boquita.

Arbitragem: o juiz foi complacente com a violência do Inter. Contei três entradas por trás no primeiro tempo e nenhum amarelo. Numa delas, aos 47’, o Jucilei entraria na área e foi derrubado por trás. Inegociável! É amarelo, no mínimo.

Parabéns aos jogadores do Timão que não se deixaram levar.

Num campeonato de pontos corridos, esse tipo de conduta cria vantagens criminosas para a equipe não amarelada. E os outros? E o Atlético que não terá o Tardelli suspenso? Taí mais uma razão para não termos pontos corridos.

Enquanto a maioria acha que é prejudicada no “grande erro”, eu não sou bobo e percebo quando uma arbitragem é tendenciosa ou não. Não confundam erros pontuais, interpretativos, com critérios claramente para o time da casa.

Por alguma razão ele deu 5 minutos de acréscimos.